“Consumerização ou em inglês Bring Your Own Device (BYOD) vem sendo discutida dentro das organizações, tanto pelos Executivos do Negócio como pelos de TI, onde cada um procura seus interesses e todos com suas razões. Vamos supor que os Executivos do Negócio estejam certos dos benefícios que este modelo vai trazer para a empresa e cabe a TI estabelecer condições de que cada pessoa possa utilizar seus equipamentos particulares para realizar o seu trabalho.”
“Os aspectos que devem ser avaliados e adaptados à nova realidade do uso de dispositivos de propriedade dos funcionários e terceiros contratados são:
Usuários: A capacidade de trabalho deve ser no mínimo preservada e se possível ampliada em desempenho de forma obter vantagens na adoção do novo modelo. Todos os aplicativos que antes estavam à disposição somente em casa agora estão na distância de um toque ou clique;
Riscos e Segurança: A política de segurança da empresa deve ser respeitada. Para isto os dispositivos particulares devem ser registrados e submetidos a uma avaliação de Compliance com as políticas da empresa antes de serem utilizados no ambiente corporativo. As vulnerabilidades de cada equipamento, Sistema Operacional e aplicativos tem uma vasta dimensão que abrem inúmeras possibilidades de acesso a informações restritas a corporação;
Privacidade: A empresa deve monitorar o uso de dispositivos particulares e deixar claras quais as penalidades que poderão ser impostas pelo não cumprimento da política interna, sem infringir os direitos das pessoas na qualidade de funcionários ou prestadores de serviço. Por outro lado a empresa não pode ter acesso às informações particulares de seus empregados;
Financeiros: Calcular qual será a economia ou prejuízo obtidos com este modelo de trabalho em relação às implicações fiscais e trabalhistas a luz da atual legislação;
Aplicações: Devem ser redesenhadas ou customizadas para serem utilizadas perfeitamente em diversos tipos de plataformas existentes nos tabletes, notebooks, smartphones e etc. Os direitos autorais e de licenciamento de softwares adquiridos no mercado precisam ser compatibilizados ao novo modelo. Também é necessário definir se software de mercado será fornecido pela empresa ou cada empregado deve compra o seu.
Suporte: Deixar claro se o Service Desk vai atuar somente sobre aquilo que é de propriedade da empresa ou se vai prestar suporte sem restrições aos dispositivos particulares e por que foi escolhido este ou aquele modelo de suporte. É necessário ampliar significativamente a capacidade de autoatendimento dos clientes, garantindo a manutenção e a continuidade dos negócios estabelecendo procedimentos claros e seguros de suporte para que a força de trabalho não seja impactada. Dependendo do modelo de suporte escolhido os custos de suporte podem reduzir significativamente (no modelo onde a empresa não dá suporte ao que não lhe pertence) ou aumentar muito (no modelo onde a empresa se responsabiliza em resolver todos os tipos de necessidade). Neste caso, teremos alta complexidade e diversidade de equipamentos conectados à rede e aos sistemas.
É indispensável à criação e manutenção de um Banco de Dados de Hardware e Software associado ao gerenciamento financeiro para que possa ser avaliada a economia feita por deixar de comprar estes itens.
Até hoje a TI buscou um alto índice de padronização de hardware, sistema operacional e linguagem de programação objetivando a redução do custo de manutenção, facilidade na contratação de profissionais, maior controle sobre a documentação e metodologias utilizadas, maior facilidade de execução de processos de contingência e continuidade dos negócios. A BYOD força com que tudo isto seja revisto.
Quero ser imparcial e colocar apenas os aspectos que devem ser avaliados e que o mercado julgue o que é melhor para o negócio, que cada um faça suas contas e veja se vale ou não a pena “pegar esta onda” e se é possível resistir a sua força.”
Fonte: Desafios da onda BYOD